Amiga,
às vezes eu acho muito ingrata
essa função de escrever. Eu queria que as ideias girassem na mesma velocidade
que eu, para que eu pudesse vê-las, apreendê-las, elaborá-las e transformá-las
em algo interessante de se ler. Mas elas são umas danadas!
Também tenho lido nos meus
momentos livres. O problema é que não têm sido muitos esses momentos. Então, há
épocas em que estou uma máquina de ler livros e outra em que eu simplesmente
não quero saber de nada. A cada livro que leio penso estar buscando elementos
para aprimorar minha escrita e desenvolver minha ideia. Mas, eles não passam de
livros.
Acho que também me esvaziei,
amiga. Acho que ficou tudo meio plano, sem sentido. Eu não sei o que aconteceu
com a gente, mas lamento muito que tenhamos permito que a realidade matasse
nossa tendência fantasiosa de sempre. Lembrei daquele poema do Leminski (sempre ele, esse lindo!):
podem ficar com a realidade
esse baixo astral
em que tudo entra pelo cano
eu quero viver de verdade
eu fico com o cinema americano
Vou repetir como um mantra e ir
ali resgatar nossos Marks.
Abraços!