Conversas entre duas amigas no limite da inadequação

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Sobre os fins e os novos começos

Amiga,

Nós já nos demos um roteiro. Lembra? Eu escrevi a sua história e você escreveu a minha. E nós fomos felizes e um pouco menos oprimidas por esses padrões que insistem em nos garantir uma existência invisível e marginal.

Fiquei pensando sobre isso, ontem, quando você falou sobre reescrever nossa história com um pouco mais de autoconfiança.

E também fiquei pensando em como somos dadas a platonismo. Agora invetamos histórias a cerca de rapazes que nos oferecem um pouco mais de palavra e de poesia. Que pintam com rimas e melodias nossas existências solitárias. E como, juntas, ficamos imaginando como seria bonito se pudéssemos nos reconfortar com esses seres que compartilham conosco o gosto, doce, pelas letras.

E como não há autoconfiança, escrevemos cartas. Uma para outra. E nunca para eles.

No mundo ideal, não precisaríamos disso e nem de ter medo. Mas nós falamos de realidade. Bom, e realidade não é tão legal assim principalmente com quem caminha fora da linha, fora da faixa, fora do eixo.

De repente, começamos a reescrever nossos padrões.

Letras. Palavras. Poesias.

E é melhor assim. Eu acredito.

Enquanto as coisas não acontecem, vamos brincando de ser roteiristas uma da outra. Inventar história e cores, ritmos. Muitos finais e muitos recomeços.

Milhões de abraços.

Espero você qualquer hora para apreciarmos o por do sol.

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