Amiga,

Hoje acordei sentindo o peso todo do mundo em minhas costas. Acordei me sentindo como eu se eu fosse referência de comportamento e como se todo mundo ficasse medindo os meus atos, o tempo todo. Outro dia, briguei com o namorado de uma menina que se dizia minha amiga. Ele veio me questionar a respeito de escolhas pessoais minhas, como os sujeitos com os quais eu fico. Veio insinuar que eu não ficava com negros, o que me deixou absolutamente ofendida. Porque eu não meço as pessoas pela cor da pele. Imagina eu fazendo uma coisas dessas? Logo eu!

Ontem, por acaso, nos encontramos e tinha uma amiga dessa menina que não me via há meses e teceu comentário da mesma natureza. Eu fiquei puta, porque parece que as pessoas estão, verdadeiramente, interessadas na minha vida particular. Como se eu tivesse, de verdade, que dar algum tipo de satisfação pelas minhas escolhas que são absolutamente minhas e feitas por critérios subjetivos.

E eu nem fico alardeando a minha vida por aí. Porque eu acho mais inteligente escolher as pessoas com as quais eu vou dividi-la e eu sou bem seletiva. Mas isso me deixou absurdamente chateada porque eu não costumo intervir na vida das pessoas. Tampouco, opinar.

Eu senti um peso tão grande!

Eu senti como se eu não tivesse sob liberdade vigiada. E achei um saco.

Isso me deixou triste!

Principalmente porque as parece que as pessoas estão , o tempo todo, esperando um deslize meu para poder apontar.

Queria que você estivesse aqui.

Queria me refugiar nos braços de alguém que nem se lembra de mim.

E a lua está tão bonita...