Amiga,

Houve a pausa e depois não houve o nada. E, então, veio o encantamento.

Eu estou encantada, mais uma vez. Enfeitiçada. Deliciosamente enfeitiçada. Mas você me proibiu de me apaixonar. Vou fingindo forte que isso não aconteceu. Vou fingindo que não estou e faço aquelas listas corriqueiras dos pontos favoráveis e contrários como se fosse acontecer alguma coisa.

Mas você me proibiu de me apaixonar primeiro, porque eu sempre me apaixono primeiro e é bom a gente variar os começos, os leads das nossas histórias para não ficar tão, tão chato.

Devo confessar baixinho que, talvez, eu já esteja apaixonada! Mas isso só seria apenas o meu platonismo diário.

E que bom que você vem por aqui.

Não vejo a hora de sermos, de novo e por um pouco tempo, desajustadas e invisíveis juntas.

Ontem me lembrei de você e de uma música que você me deu para ser música tema de uma outra história cujo final passou bem longe de ser feliz.

A gente pode reeditar música tema? Eu nunca pensei nisso...

Mas é que...

Tem tanta coisa acontecendo e esse platonismo fica guardado para quando todas as outras coisas não estou mais me sufocando. Quando é o lazer. Mas tem aquela vontade louca de falar toda hora, de ficar piscando no chat.

Essa correspondência não faz o menor sentido. Acho que perdi a prática de escrever.

Na minha ideia, gostaria de escrever uma coisa lindamente doce sobre estar me apaixonando, sobre como é bom a companhia distante e virtual. Mas eu não consegui.

fica para a próxima