Conversas entre duas amigas no limite da inadequação

:/

Happy End pós-moderno

Em algum lugar, bem escondido, deve existir dentro de mim um talento para escritora de histórias. Mas somente histórias dos outros, porque eu não consigo escrever uma história digna para mim. Porque é duro não ser a escolhida de ninguém. Como eu posso fazer sua história dar certo, se eu não consigo fazer as pessoas gostarem de mim?

Tudo bem que eu tenho medo. Tudo bem que eu me recuso a parecer um produto em uma prateleira, esperando para ser comprado. Tudo bem que eu espero que as coisas sejam mais do meu jeito e que gostem de mim sem que eu precise mudar, aprender a cozinhar, me fingir de burra, sei lá... Mas, está tudo bem que eu me recuse a implorar?

Se eu fosse escrever sua história, escolheria alguém que se parecesse com o Mark Whalberg fisicamente, com o vigor de uma certa pessoa (você sabe, né?), o talento do Selton Mello e o humor ferino de Gregory House. Colocaria umas pitadinhas de romantismo brega, mas com a trilha sonora certa. Te daria de presente alguém com cérebro criativo e com dom para combinar as palavras, parecido com o Lobão. Juntaria a tudo isso um pouquinho de vilania, que é para a vida ficar no ponto certo e sua história não acabar se embolando com um conto de fadas.

Eu te daria um príncipe quase encantado, para você ter um quase final feliz, porque gente feliz dá muita preguiça! E te daria um trabalho bem legal, no qual você também pudesse ser criativa. Te daria um apartamento estiloso, cheio de referências Pop Art, com uma estante enorme e uma coleção de livros do Bukowski. E colocaria uma roda de samba na esquina da sua rua, para garantir que você sempre estará em movimento.

E, assim, acho que daria mais ou menos certo...

Desafio: qual seria o meu roteiro?

This entry was posted in

4 Responses so far.

  1. Ai, Cassita, adorei o roteiro. O personagem masculino, o ap, a roda de samba... :)
    Mas, ó... a realidade é cruel pra todos, até pra quem vc acha que não, rsrs.

  2. Oi Débora.
    Eu sei que a realidade é cruel. Eu sei que nada disso vai acontecer... então, viva a ficção que é o melhor que eu vou ter de realidade!
    Apareça mais por aqui. :)

  3. Olá, Tomás, obrigada pela visita! Volte sempre!

Leave a Reply